Grupo liderado por king kong é formado por 27 gorilas. Ele deve pesar em torno de 250 quilos e ter uns 36 anos.

Numa floresta cercada de vulcões, vivem os gorilas das montanhas. A equipe do Fantástico foi atrás do maior de todos os gorilas, o maior primata do planeta, o king kong das selvas africanas.

É apenas na paisagem permanentemente enevoada, que vivem os gorilas das montanhas. Até poucos anos atrás, eles estavam seriamente ameaçados de extinção e restavam pouco mais de 300. Mas o cerco aos caçadores foi fechado, parques foram criados e, agora, eles já são 700.

A equipe do programa está atrás de um único gorila, o maior de todos, o maior primata do planeta, o gorila conhecido na selva africana como "king kong". O caminho até ele começa no povoado de Buhoma, em Uganda. A região, ao pé da cadeia de vulcões onde vivem os gorilas, é toda dedicada à agricultura. O Gahinga, o maior dos vulcões, é o guardião da impenetrável floresta de Bwindi, um parque nacional que é o orgulho dos ugandenses.

No entanto, apesar do nome, penetramos no parque, rumo à selva, lar do maior gorila do mundo. Seguimos por uma trilha aberta há 18 anos, quando foram feitos os primeiros contatos com os gorilas enormes de Uganda. Após duas horas de caminhada é que chegamos na mata. Antes de começar a escalada, o nosso guia nos conta que existem três tipos de primatas: os gorilas, os chimpanzés e os homens, todos brigando por espaço. Nessa briga desleal, quem está ganhando é o homem, destruindo cada vez mais o hábitat dos animais.

Na expedição montada exclusivamente para a equipe do Fantástico, contamos também com guias avançados. Eles saíram na madrugada anterior para descobrir o local onde está o grupo de king kong, nosso alvo. Ele fez o contato com os guias e nos dá duas notícias. Uma boa, que os gorilas foram localizados, e outra ruim, que os gorilas estão na outra montanha. Ou seja, nós temos que seguir andando, descer tudo que subimos e ir para a outra montanha, sempre por dentro do mato.

Continuamos a caminhada, agora, seguindo orientação do GPS, o aparelho que vai nos levar ao encontro dos outros guias e, esperamos, até a turma do king kong. De repente, um susto. Os guias e carregadores recuam e falam todos ao mesmo tempo no idioma nativo. Eles avistaram uma cobra muito venenosa. O medo se explica: se a cobra atacar algum de nós, estamos a uma distância de 12 horas de caminhada até um pequeno hospital, onde tem soro antiofídico. O veneno, segundo os guias, mata em quatro horas.

Pouco depois da cobra, outra surpresa, esta boa. Encontramos os guias avançados. Eles garantem que o grupo que procuramos está bem perto.Reduzimos a equipe para fazer contato. Definitivamente, não é pelo conforto que os gorilas escolhem onde ficar, mas já dá para ver o primeiro filhote numa árvore

O grupo liderado por king kong é formado por 27 gorilas, um dos maiores que se conhece. Eles estão se reproduzindo cada vez mais e nos últimos meses nasceram três bebês. Os gorilas usam o peso do corpo para descer quebrando os galhos. É a forma mais prática de colher o alimento.

Chegamos bem perto de king kong! Ele deve pesar, segundo os guias, em torno de 250 quilos, e ter aproximadamente uns 36 anos, sendo que os gorilas vivem até os 45. Os guias afirmam que este é o maior gorila da África. Com seus quase 2,5 metros de altura, ele não é tão grande quanto os king kongs de Hollywood. O do primeiro filme, da década de 30, por exemplo, tinha 15 metros de altura. Mas, na vida real, o que encontramos na selva africana é o maior.

No Brasil também temos gorila, o Idi Amin. Ele não é tão grande quanto o king kong africano, tem 1,8 metro de altura. Segundo o zoológico de Belo Horizonte, onde ele vive desde que veio da África, em 1973, Idi é o único gorila na América Latina.

Na terra dos primos de Idi Amin, os gorilas também têm nomes. Os guias contam que batizam cada um que nasce e depois os reconhecem principalmente pelo formato do nariz. King kong é apenas um apelido. O nome do maior de todos é Rwansigazi, que no idioma rukinga quer dizer bebê grande. Ele já nasceu grandão.

Nós ficamos ao lado do líder do grupo mais de 30 minutos e ele não parou de comer. Como os outros, king kong passa a maior parte do tempo sentado, comendo. As plantas que eles consomem com tanto apetite contêm muita água. Os gorilas chegam a ingerir 25 litros de água por dia. Por causa da idade, king kong está ficando com o pêlo mais claro. É um grande reprodutor e nenhum outro gorila desafia sua liderança no bando.

Enquanto olhávamos as brincadeiras e os carinhos trocados entre filhote e mãe, um momento de tensão. O pai do bebê se aproxima por trás da vegetação. Os guias pedem para nos afastarmos. Quando estão com os filhotes, os machos podem se tornar agressivos, mas o paizão fica só nos olhando.

A nossa visita à terra dos maiores gorilas do planeta chega ao fim. Pelo GPS do guia, foram 17 quilômetros de caminhada, durante 8 horas de permanência nas montanhas.
Fonte:G1